Quero convida-los a fazer parte do Projeto Piloto de Curso de Extensão para alunos. Este consiste em capacitar 10 alunos para participarem da I Feira de Arte do Rio de Janeiro, que acontecerá entre os dias 8 e 11 de setembro.
Primeiro, iremos reunir um grupo de alunos que tenha a partir de 16 anos e perfil para ser guia de visitas orientadas na Feira. Você professor, irá indicar esses alunos. Temos vagas para 50 alunos. O dia do curso será dia 31 de agosto de 2011, em dois horários no Centro de Arte Calouste Gulbenkiam ( Rua Benedito Hipólito, 125 - próximo ao Sambódromo e em frente ao terreirão do Samba). Os horários são: manhã, das 10h às 12h e à tarde das 14h às 16h (que seja no contra turno do aluno).
O aluno pode vir acompanhado do responsável ou do próprio professor. Os alunos escolhidos participam apenas de 1 (um) dia da Feira. Ele receberá duas escolas neste dia e irá fazer a visita guiada com os dois grupos.
Nós não estaremos todos os dias da Feira. Nosso cronograma será: dias 8, 9 e 10 de setembro, ou seja, quinta, sexta e sábado das 12h às 15h. Cada grupo terá uma média de 30 a 35 alunos. A duração da visita é de 1 (uma) hora.
Estaremos nos dias 25, 26 e 29 de agosto, das 13h às 17h recebendo inscrições pelos telefones 2976 2328 e 2976 2335. Falar diretamente com Jacqueline. O professor que se interessar em levar o seu grupo de alunos para a visitação também fará inscrições pelo mesmo telefone de contato.
Aguardo contatos,
Sucesso!
Jacqueline Mac-Dowell Arte Educadora SMERJ-CT Artes Visuais IHA - Equipe Artes
Rio de Janeiro sediará a 1a. Feira Internacional de Arte Contemporânea
ArtRio vai reunir na zona portuária mais de 80 galerias brasileiras e internacionais
24/08/2011
Texto: Juliana Romar
A cidade do Rio de Janeiro receberá no Píer Mauá, entre os dias 8 e 11 de setembro, a ArtRio – Feira Internacional de Arte Contemporânea. Considerada a maior do setor de artes no Brasil, a feira tem o patrocínio da Prefeitura do Rio e vai reunir pela primeira vez na cidade 83 galerias brasileiras e internacionais, com obras de mais de 700 artistas.
A programação oficial do evento foi apresentada nesta quarta-feira, dia 24, no Palácio da Cidade, em Botafogo, e contou com a presença do secretário municipal de Turismo e presidente da Riotur, Antônio Pedro Figueira de Mello, e dos organizadores da ArtRio, Brenda Osorio, Elisangela Valadares e Luiz Calainho.
Durante a cerimônia, Antônio Pedro destacou a vocação da cidade para receber grandes eventos e seu potencial turístico:
- O Rio de Janeiro sempre foi um vocalizador do Brasil inteiro. Tudo acontece aqui primeiro para depois se espalhar pelo país, então, nada mais natural do que esse evento de arte acontecer aqui. Nós precisamos popularizar cada vez mais a arte e, por isso, a prefeitura tem que investir num evento que está começando e que considera importante. Esse é mais um potencial turístico para a cidade e o Rio só tem a ganhar – afirmou o secretário de Turismo.
De acordo com os organizadores, a ArtRio irá atrair um público de cerca de 20 mil pessoas, entre colecionadores, marchands (pessoas que negociam obras de arte), jornalistas e apreciadores de arte, que poderão adquirir diversos formatos de arte moderna e contemporânea, entre pinturas, esculturas, instalações, fotografias e vídeos.
Durante os quatro dias de feira, os visitantes terão acesso a visitas guiadas, palestras e debates com curadores e artistas nacionais e internacionais, além de espaço dedicado a publicações de arte, que abrangem desde a vanguarda modernista até a arte contemporânea, com muitas obras ainda inéditas no país.
O empresário Luiz Calainho acredita que o evento agitará a cena cultural da cidade, fortalecendo a economia e o turismo:
- Eu acredito que o Rio de Janeiro deseja fazer parte do circuito de cidades criativas do mundo. E a cada ano que passa ele se fortalece, mas faltava falar de arte. Portanto, sob o ponto de vista de negócios, de educação, de cultura, uma arte faz todo o sentido para ser uma referência e inserir o Rio nesse setor. E quando imaginamos que o Rio vai sediar a Copa do Mundo, as Olimpíadas, a Rio+20, não temos dúvida de que temos a capacidade de transformar a ArtRio numa das maiores feiras do mundo. Precisamos aproximar a arte da população, pois, no final, ela é cultura, educação e desenvolvimento – ressaltou.
A ArtRio, que vai funcionar das 12h às 20h, nos armazéns 2 e 3, do Píer Mauá, terá 50% de suas galerias de artistas internacionais, como Tristian Koenig (Austrália), Mario Sequeira (Portugal), Crone (Alemanha), Bendana-Pinel (França) e Magnan Metz (Estados Unidos).
A organizadora Elisangela Valadares explicou a escolha da região portuária para a realização da feira:
- Escolhemos o Píer Mauá porque não podíamos ficar fora dessa revitalização incrível do Porto Maravilha. Os armazéns atendem perfeitamente a nossa ideia de crescer cada vez mais, pois é um lugar fantástico e com potencial enorme. O Rio de Janeiro é o celeiro das artes. Os principais artistas brasileiros são cariocas. Queremos fazer uma transformação na história da arte nessa cidade – disse.
Criada em janeiro deste ano, a Revista Monotipia apresenta, ao longo de suas oito edições, entrevistas, quadrinhos e ilustrações produzidos por alunos da UFRJ para o público interessado em conhecer ou aprender mais sobre os quadrinhos e as artes em geral. Iniciativa independente, o projeto foi criado por Julio Martins de Castro – estudante de graduação da Escola de Belas Artes (EBA) e editor da Monotipia – para dar continuidade ao trabalho realizado por ele, juntamente com outros três alunos da EBA, por meio da Revista Pheha (www.pheha.com), entre agosto de 2008 e 2009. Segundo Martins de Castro, “a Revista Monotipia é um pacote de informação para que ilustradores, quadrinhistas e outros artistas plásticos divulguem sua produção para além de seus canais individuais”.
De acordo com ele, as publicações buscam dar espaço a criadores e, assim, incentivá-los a produzir. “O objetivo da Monotipia é incentivar a criação artística, uma vez que pretendemos, mantendo um padrão de qualidade, ser um veículo acessível aos artistas que nos procurarem, além de outros, convidados”, disse o editor. Veiculada apenas virtualmente, a revista busca atingir, com a ajuda da divulgação por mailing e redes sociais, o público que tem tempo e gosta de ler na internet, em especial sobre quadrinhos. “Nosso leitor é, principalmente, quem tem interesse em outro olhar sobre os quadrinhos – e sobre as artes em geral. Não necessariamente os interessados por este ou aquele personagem, ou algum movimento específico, mas quem quer conhecer o que está acontecendo, quem são os artistas que estão produzindo. Não é preciso conhecer previamente, por exemplo, Laudo Ferreira, entrevistado da oitava edição, para aproveitar plenamente a entrevista com ele. A Monotipia é uma publicação para quem não necessariamente conhece o meio”, especificou o criador da revista.
Em relação ao conteúdo, o trabalho conta com autores colaboradores – alunos da UFRJ, estudantes de outras instituições e demais artistas – empenhados em publicar textos ou imagens feitos por seu próprio interesse, sem imposições. Segundo Martins de Castro, “não há assuntos preestabelecidos, mas incentivamos os autores a enviarem material que tenham feito para si, não para alguma encomenda ou disciplina. Acredito que seja mais interessante quando o trabalho reflete as questões do autor, não uma eventual demanda externa”.
Quem quiser participar das edições, pode enviar portfólio para monotipia@gmail.com. A Revista Monotipia é realizada inteiramente por alunos, sem a participação de docentes, e pode ser acessada pelos endereços www.monotipia.com e http://blog.monotipia.com.
AGENDAMENTO | Núcleo Experimental de Educação e Arte
O Núcleo Experimental de Educação e Arte, a partir de agosto, realizará os agendamentos para visitas de grupos ao MAM sempre na primeira semana do mês.
São oferecidos ônibus gratuitamente para escolas públicas e organizações sociais, localizadas no Rio e Grande Rio, para grupos de até 40 pessoas.
O agendamento pode ser feito para as seguintes MEDIAÇÕES EXPERIMENTAIS:
Conversas nas exposições
Visitas que propõem percursos relacionando a exposição permanente Genealogias do Contemporâneo - Coleção Gilberto Chateaubriand e as mostras temporárias, instigando percepções ampliadas com enfoque na trajetória da arte moderna para a contemporânea.
Território Descoberto
Visitas que propõem percursos relacionando história, a arquitetura de Affonso Eduardo Reidy, os jardins do paisagista Burle Marx, outras construções da cidade e a exposição permanente.
Ampliar o olhar para novas perspectivas, novos horizontes, novas conexões...
Professores de Artes Visuais da Rede Municipal do Rio, não percam estas oportunidades!
Ainda há vagas para Encontros de Formação em Arte Contemporânea com oEducativo da Bienal (e também para o curso de Greice Cohn - ver )!
Portanto, liguem e façam suas inscrições o quanto antes! É muito importante se atualizar! Ampliar o olhar... Estendê-lo a novos horizontes... novas conexões...
O Educativo da Bienal, em parceria com o Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, tem o prazer de lhe convidar para os Encontros de Formação em Arte Contemporânea.
Os Encontros deFormação em Arte Contemporânea têm como principal objetivo promover uma reflexão sobre contemporaneidade e os caminhos da arte contemporânea. Os encontros apresentam os conceitos e artistas da exposição Em Nome dos Artistase são uma oportunidade de se debater questões sobre o ensino da arte.
Local: Centro de Arte Calouste Gulbenkian, dia 26 de agosto de 2011, em dois horarios, das 9h as 12 e das 14 as 17h Vc pode se inscrever em um dos horários.
Jeff Koons
Ainda há vagas para o curso de Greice Cohn (que começou no sábado, 13/08/2011 - e cujo próximo encontro será 27 de agosto - próximo sábado!)!
Trata-se de uma reflexão sobre o ensino da Arte Moderna e Contemporânea!
"O ENSINO DE ARTE EM DIAOLOGO COM QUESTÕES TRAZIDAS PELA ARTE NA MODERNIDADE E NA CONTEPORANEIDADE" (Greice Cohn):
o Primeiro encontro foi no dia 13 de agosto, mas ainda é possível participar: 2o. encontro: 27 de agosto, 3o. encontro: 03 de setembro e 4o. encontro: 10 de setembro!
Horário: 9h as 13h
Centro de Artes Calouste Gulbenkian: 30 vagas.
Façam já suas inscrições pelos telefones 2976 2328 e 2976 2335, falar com Angelica, Rosanea ou Heloisa.
Informações enviadas por: Jacqueline Mac-Dowell Arte Educadora SMERJ-CT Artes Visuais IHA - Equipe Artes
Professores de Artes Visuais da rede Municipal do Rio de Janeiro: já temos a nova data para o curso com a Fundação Bienal. Confiram pelo e-mail de Jacqueline Mac-Dowell:
Prezados Professores,
CONVITE PARA ENCONTRO SOBRE ARTE CONTEMPORÂNEA
O Educativo da Bienal, em parceria com o Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, tem o prazer de lhe convidar para os Encontros de Formação em Arte Contemporânea.
Os Encontros de Formação em Arte Contemporânea têm como principal objetivo promover uma reflexão sobre contemporaneidade e os caminhos da arte contemporânea. Os encontros apresentam os conceitos e artistas da exposição Em Nome dos Artistas e são uma oportunidade de se debater questões sobre o ensino da arte.
Local: Centro de Arte Calouste Gulbenkian, dia 26 de agosto de 2011, em dois horarios, das 9h as 12 e das 14 as 17h Vc pode se inscrever em um dos horarios.
Faça já sua inscrição pelos telefones 2976 2328 e 2976 2335, falar com Angelica, Rosanea ou Heloisa.
Sucesso! Jacqueline Mac-Dowell Arte Educadora SMERJ-CT
MUDANÇA DE DATA PARA O CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA:
E-MAIL DE JACQUELINE MAC-DOWELL:
Prezados Professores,
Devido ao número insuficiente de inscritos no Curso da Fundação Bienal, este será ADIADO para uma próxima data. Será avisado com bastante antecedência.
Será MANTIDO o curso da professora Greice Cohn no sábado dia 13 de agosto.
No Sábado inicia-se a oficina de Greice Cohn sobre "O ENSINO DE ARTE EM DIAOLOGO COM QUESTÕES TRAZIDAS PELA ARTE NA MODERNIDADE E NA CONTEPORANEIDADE" que terá 4 (quatro) sábados, carga horária de 20hs. Começando no dia 13 de agosto, 27 de agosto, 03 de setembro e 10 de setembro das 9h as 13h Centro de Artes Calouste Gulbenkian (30 vagas).
Para inscrição ligue direto para 2976 2328 e 29762335, falar com Rosânia ou Angelica. É necessário que se tenha em mãos a matricula e lotação, ou seja, o número da escola. Deixe tb um tel de contato.
LOGO MANDAREMOS NOTICIAS DA MOSTRA ESTUDANTIL!
SUCESSO!
Jacqueline Mac-Dowell Arte Educadora SMERJ-CT Artes Visuais IHA - Equipe Artes
E-mail de Jacqueline Mac-Dowell aos professores de Artes Visuais da rede:
CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA
Prezados Professores,
Amanhã sairá uma circular sobre o nosso Curso de Formação Continuada [...]
Teremos uma oficina com artistas da Fundação Bienal, Guilherme Sertório e Valeira Gobato nesta sexta-feira dia 12 de agosto das 9h as 17h. Temos 100 vagas e será no Teatro Gonzaguinha do Centro de Artes Calouste Gulbenkian.
No Sábado inicia-se a oficina de Greice Cohn sobre "O ENSINO DE ARTE EM DIAOLOGO COM QUESTÕES TRAZIDAS PELA ARTE NA MODERNIDADE E NA CONTEPORANEIDADE" que terá 4 (quatro) sabados, carga horaria de 20hs. Começando no dia 13 de agosto, 27 de agosto, 03 de setembro e 10 de setembro das 9h as 13h Centro de Artes Calouste Gulbenkian: 30 vagas.
PODE SE INSCREVER NOS DOIS CURSOS!
Para inscrição, ligue direto para 2976 2328 e 29762335, falar com Rosânia ou Angelica. É necessario que se tenha em mãos sua matrícula e lotação, ou seja, o número da Escola. Deixe também um telefone de contato.
LOGO MANDO NOTICIAS DA MOSTRA ESTUDANTIL!
SUCESSO!
Jacqueline Mac-Dowell Arte Educadora SMERJ-CT Artes Visuais IHA - Equipe Artes
Arte pública- um olhar investigativo a educação patrimonial
Fabíola Batistin
Introdução
As intervenções artísticas operadas nas cidades brasileiras vêm sendo estudadas, há pouco mais de duas décadas, como instrumento para analisar as aglomerações espaciais ur-banas. Um ponto marcante nesses estudos é a abordagem desse espaço urbano como um sistema construtivo e dinâmico e não como uma estrutura construída, estática.
A cidade é planejada e analisada como um conjunto significativo de relações qualificadas e permeada por uma malha que integra ações sociais, políticas, econômicas, culturais, históricas, estéticas entre outras cujos sentidos ultrapassam sua composição e seus processos formadores. Mesmo assim, sob esses aspectos a cidade perde aos poucos seu caráter de espaço neutro.
Inúmeras manifestações como comícios, protestos, reivindicações políticas e festas populares acontecem na cidade e muitos artistas contemporâneos passam a repensar esse espaço sob o ponto de vista coletivo, constituindo e intervindo no contexto histórico, cultural e artístico, por meio das obras de artes. Normalmente essas intervenções ocorrem com o intuito de trazer para os cidadãos um contato real, mais próximo da arte nos meios urbanos, desmistifi-cando a idéia de que obras de arte devem ser vistas apenas em museus, centros culturais, galerias, locais que parecem distantes para a grande massa urbana, que se utiliza a cidade.
Arte pública - arte urbana.
A cidade sempre exerceu desafio criador para pintores, arquitetos, fotógrafos, artistas. A arte pública ou arte urbana, (como alguns artistas preferem classificar) propicia uma certa informação visual que possibilita ao público da rua, da vida cotidiana, estar em contato com manifestações que desafiam as normas sociais questionando, muitas vezes, a noção de espaço público e contribuindo para eliminar as possíveis barreiras que resistem em separam a arte da vida. Nas palavras de Brenson (1998, p.19) a arte pública é ainda uma prática social que se apropria do espaço urbano promovendo mudanças, interligando e modelando a construção afetiva/coletiva de uma cidade.
Para Lemoine, (1998, p.213) “quando um artista tem de realizar um projeto de arte pública ele precisa responder determinações de escala, situação, localização, urbanismo, arquitetura e além disso, determinações técnicas e ater-se a um orçamento” .
Os parâmetros e os meios de representação do espaço urbano vindo das experiências clássica e moderna já não são mais suficientes. A cidade contemporânea deixa de ser representada pelo uso do espaço urbano por meio de uma democracia compreendida e os parâmetros da arquitetura moderna já não respondem mais a esses desafios. Novas formulações de ocupação equivocam-se por não manterem uma relação crítica com seu entorno.A arquitetura veio sendo diligentemente relacionada ao desenho urbano de modo que a criar o espaço urbano como elemento ordenador e a cidade como rede espacial.
Jorge Mario Jáuregui (2002, p.154) menciona que um novo paradigma para o que poderia conformar o relacionamento entre natureza e arquitetura, espaço público e privado, indivíduo e sociedade, arte e fruição, sem subordinação mas articulando demandas sociais e o potenci-al tecnológico atual, se faz necessário, constituindo o legado que a modernidade estendeu.
Se por um lado melhorias da qualidade de vida e a revitalização do espaço público estão na ordem do dia materializando a imagem de resgate do espaço coletivo, artistas têm buscado compor suas intervenções a partir de uma análise simbólica desse urbano, em que a arte participa como constituinte e não como constituída, criando um campo processual entre o urbano, a cidadania e o artístico. A arte pública em suas diversas configurações apresenta-se como essa possibilidade, criando e ampliando esse horizonte promovendo e auxiliando a demanda que museus, galerias e centros culturais ainda não conseguem suprir.
E dentro dessa perspectiva, qual o acesso dos cidadãos comuns à obra de arte? Como localizar diante dessa produção aspectos educacionais que valorizem e ampliem experiências em contato com a arte? E o mais enfático nessa discussão: será a cidade apenas mais uma alternativa ao sistema expositivo da arte em questão? A proposta não é responder a todas as argumentações mas, indicar exemplos, entre as relações da arte produzida no espaço da cidade (por meio da arte urbana, arte pública) e a falta de projetos que estimulem à uma futura educação patrimonial.
Alguns museus de arte no país, como é o caso do Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP) têm incentivado à produção de arte pública e à recuperação da experiência pro-cessada pelas intervenções artísticas através de mídias (fotografia, vídeo, literatura específica, jogos interativos, palestras, oficinas, etc.) – além de possuir em seu entorno um espaço reservado denominado jardim de esculturas, incentivando também à exibição da obra de arte em parques, jardim, praças. Outro exemplo dessa iniciativa é o Museu de Arte Moderna (MAM), localizado no Parque Ibirapuera desde 1969, e que inaugurou o seu o Jardim das Esculturas em 1993. Seu objetivo era o de estender a exposição de seu acervo para além do espaço físico interno, possibilitando a integração das obras de arte à paisagem do parque e que passam a ser acessíveis ao todo e aos visitantes que usufruem, pois o jardim das esculturas e o museu transformaram-se, com suas obras de arte e paredes de vidro, numa grande vitrine artística.Com isso a arte pública situa-se na interface entre o espaço institucionalizado e o espaço urbano, incluindo a reflexão sobre a cidade e suas configurações na esfera da me-mória coletiva, mas que ainda é dominada pelas instituições.
Reverse Graffiti : Ossario : street art by Alexandre Orion
Um olhar investigativo sobre a educação patrimonial
A educação patrimonial está prevista nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN - 1997 e 1998) dentro da ementa para o ensino de história. Atualmente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei n° 9.394/96 - enfatiza, no seu artigo 26, que a parte diversificada dos currículos do ensino fundamental e médio deve observar as características regionais e locais da sociedade e da cultura, o que abre espaço para a construção de uma proposta de ensino voltada para a divulgação do acervo cultural dos estados e municípios.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o ensino fundamental, elaborados pelo Ministério da Educação (MEC), trazem uma inovação, ao permitir a necessária interdiscipli-naridade na educação básica, mediante a introdução dos chamados "temas transversais'' que deverão integrar as diferentes disciplinas escolares. Dois desses temas transversais possibilitam à escola o estudo do patrimônio histórico e a conseqüente adoção de projetos de educação patrimonial.
A educação patrimonial nada mais é do que uma proposta interdisciplinar de ensino voltada para questões pertinentes ao patrimônio cultural. Compreende desde a inclusão, nos currícu-los escolares de todos os níveis de ensino, de temáticas ou de conteúdos programáticos que versem sobre o conhecimento e a conservação do patrimônio histórico, até a realização de cursos de aperfeiçoamento e extensão para educadores e a comunidade em geral, a fim de propiciar informações do acervo cultural, despertando, nos educandos e na sociedade, o sen-so de preservação da memória histórica e o conseqüente interesse pelo tema. A necessidade da educação patrimonial ou da utilização do acervo cultural brasileiro como objeto de estudo nos currículos e programas escolares já se constituía uma preocupação dos ideólogos do patrimônio cultural. Outros historiadores e profissionais que lidam com a dimensão da memória vêm propondo no âmbito de suas instituições culturais, sobretudo em museus, a elaboração de programas de educação patrimonial.
Conforme a museóloga Maria de Lourdes Horta, (2000) “a educação patrimonial como um instrumento de alfabetização cultural, possibilita ao indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à compreensão do universo sociocultural e da trajetória histórica-temporal em que está inserido''. Segundo a museóloga, a educação patrimonial possibilita o reforço da auto-estima dos indivíduos e das comunidades e a valorização da cultura brasileira em sua rica diversidade. A partir da experiência e do contato direto com manifestações da cultura, em todos os seus múltiplos aspectos, sentidos e significados, o trabalho da educação patrimonial busca levar à sociedade um conhecimento ativo, capacitando-os para um melhor usufruto des-tes bens, e propiciando a geração futuras a produção de novos conhecimentos. A observação direta e a análise desse patrimônio cultural (aquilo que está à vista de nossos olhos) permitem vivenciar a experiência. O uso de métodos investigatórios é uma das primeiras capacitações que se pode estimular por meio de um processo educacional., desenvolvendo habilidades de observação e análise crítica, comparação e dedução, formulação de hipóteses e solução de problemas colocados pelos fatos e fenômenos observados.
A educação patrimonial possibilita iluminar as relações sociais e econômicas que deram origem a lugares, praças, referenciais históricos e ao mesmo tempo, o conceito de patrimônio deve ir além dos monumentos arquitetônicos, trazendo à tona também as histórias de vida nesses locais. Segundo Josso (2004, p.72) “a reflexão sobre a vida é centrada nas experiências que consideramos significativas, para compreendermos o que nos tornamos hoje, e de que forma chegamos a pensar o que pensamos de nós mesmos, dos outros e do nosso meio humano e natural.”
O diálogo com o patrimônio tem que ser feito a partir do momento presente e trazer contribuições para nossa vida de hoje, além de ser capaz de ampliar nossas concepções de vida. A cidade ainda tem espaços onde a população marginal não adentra, como se houvesse muros invisíveis. É interessante questionar o caráter público que se imprimi às relações sociais, aos monumentos, as obras de arte expostas ao ar livre na cidade, criando uma imagem de cunho público, mas que muitas vezes é privado.
Para Amaral (1997, p.193) “o olhar cotidiano, fragmentado,superficial descontinuo caracte-rístico da contemporaneidade, prioriza a velocidade, a mobilidade, é seletivo mas não reflexivo. A experiência provoca a percepção, ver em profundidade, estimula um olhar cuidadoso apreciativo, crítico e criador.” Cabe ressaltar que projetos pedagógicos que visem o incentivo de aluno-cidadãos dentro do espaço urbano da cidade contribuem e estimulam para um maior conhecimento crítico e a apropriação consciente por parte das comunidades e indivíduos do seu “patrimônio” são fatores indispensáveis no processo de preservação sustentável desses bens, assim como no fortalecimento dos sentimentos de identidade e cidadania.
Conclusões
O conhecimento dos elementos que compõem essa riqueza e diversidade e o diálogo perma-nente que está implícito neste processo educacional estimulam e facilitam a comunicação e a interação entre as comunidades e os agentes responsáveis pela preservação possibilitando a troca de conhecimentos e a formação de parcerias para a proteção e valorização desses bens.
Portanto nessa teia de relacionamentos, tanto museus,galerias, monumentos históricos e a própria cidade podem e devem sediar e abraçar a arte pública-urbana. Daí a importância da reapropriação espaço-temporal construtiva, comunitária, que as manifestações urbanas pode, mesmo nos dias de hoje, alcançar.
As relações propiciatórias dos espaços coletivos, compartilhados com a coletividade, sinali-zam vertentes produtivas de uma cultura multifacetada e dinâmica que incluem e requerem do artista e do futuro usufruidor um debate contextualizador no âmbito político, social e eco-nômico de uma determinada comunidade.
É neste sentido que a ação de projetos educacionais, pedagógicos, em parcerias com iniciati-vas privadas, Estado e representante da comunidade, devem caminhar, pois a educação patri-monial busca a capacitação dos indivíduos para a leitura e a compreensão desses processos culturais, mais do que dos produtos deles resultantes e constituem a evidência cultural que procuramos elucidar e ressaltar nos cidadãos.
Deste modo ao reconhecer a representação dos anseios e aspirações sociais, as reinvenções de acontecimentos do passado e a memória coletiva do lugar, a obra de arte pública-urbana re-força a cidadania e redireciona simbolicamente a arte e a própria cidade.
MAIS INFORMAÇÕES Título: Arte pública- um olhar investigativo à educação patrimonial Autor: Fabíola Batistin Cidade/Estado: São Paulo / SP Nível: Mestrado Universidade: IA-UNESP Ano de defesa: 2007